
Olá como estão todos? Espero que muito envergonhados.
Mais uma vez nos curvamos ao poder de eleitos pelo povo e desrespeitamos a nós mesmos quando, de modo covarde, assistimos a apresentação do programa, ou seja lá o que queiram chamar, o “pré-sal”.
O nosso futuro está sendo esculpido por artesãos de mão cheia, muito habilidosas e conscientes da responsabilidade que nelas carregam. Seus dizeres, ou melhor, esculpes - Vamos todos nos unir com um objetivo comum, o de desenvolver o País de maneira ligeira e ordenada e então poderemos novamente aplicar a técnica tão bem sucedida por anos; O Pão e o Circo!!!
Obrigado, obrigado, muito obrigado e assim nesse cavalgar seguimos sendo obrigados a engolir os bigodes e barbas do que permanecem líderes e comandantes do País que tanto aprendi a desrespeitar.
Muitos dos que conheço merecem tudo que conquistaram, provaram ser capazes de competir em um mundo de oportunidades passageiras e muito valiosas por estarem em extinção. Hoje transformamos tudo em mídia e meios de comunicação, buscamos com destreza e competitividade os caminhos para o futuro. Casais se formam, filhos e filhas aparecem, às vezes como parte de um sonho comprado e planejado por gerações anteriores, às vezes nem tanto.
Em uma sociedade translúcida e indecifrável a internet vem completar esse vasto caminho percorrido por poucos e muitos, seguidores e seguidos, membros e moderadores, por 15 minutos e pela etária eternidade.
As possibilidades são inúmeras, tantas que fica até difícil de mensurar os resultados e realmente sabermos se são reais; afinal estamos na era da virtualidade, do emaranhado de redes prontas a nos entreter e possibilitar a mais rápida comunicação.
O universo de cada um já não existe mais. O que ocorre dentro de cada silêncio já não é encoberto pela falta de som, pois até sem qualquer demonstração sonora poderás estar a ser ouvido. Essa imensidão traz consigo muitas necessidades, umas verdadeiras, mas virtuais, outras desnecessárias, mas presentes de modo a exigirem compensações imediatas e cobrarem um preço por isso. Resolvi nomear esse fenômeno de esquizofrenia cibernética e que me perdoem os que simultaneamente e ou anteriormente se utilizaram do mesmo termo, pois hoje não mais temos a exclusividade como limítrofe regulador. O volume, o peso, o tempo, o espaço já não existem. As vozes que ecoam hoje provocam essa “esquizofrenia cibernética”, essa automação do ser foi criada muito antes dos computadores. Hoje tudo isso é apenas um evolução do sonho de René e justamente por isso não devemos buscar culpados ou solucionadores, mas sim compreendermos que não somos mais indivíduos e sim Pluridos Automaticus Inventivonus, um ser que não se reconhece e que ainda está a engatinhar pelo curso da história.
Cadu Maia
Um comentário:
Caramba Cadu, um belo texto!!!Filosofia moderna!!
Parabéns!!
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